"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do
talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me
incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo
que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda
joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu
está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos
dedos, nas oportunidades que se perdem por medo, nas idéias
que nunca sairão do papel por essa maldita mania de
viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a
escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto,
contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na
distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos
abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que
sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser
feliz.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não
teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em
tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não
aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um
traz dentro de si.
Gasta mais horas realizando que sonhando, fazendo que planeando,
vivendo que esperando porque, embora quem quase morre
esteja vivo, quem quase vive já morreu."
2 comentários:
Balofa, este texto é de quem?!?!? muito bom!! Ainda vais é para escritora!!eheh. Mil beijos!!!
Se está entre aspas é porque não fui eu que escrevi! =P mas também desconheço o autor. beijoka mano
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